Intervenção Precoce na Infância e do SNIPI

O Sistema Nacional de Intervenção Precoce na Infância (SNIPI) integra um conjunto organizado de serviços da responsabilidade dos Ministérios da Saúde, do Trabalho e da Segurança Social e da Educação dirigido a crianças entre os 0 e os 6 anos e suas famílias e tem como missão garantir a Intervenção Precoce na Infância.
Decreto-Lei n. º 281/2009

Os objetivos do SNIPI:
• Assegurar às crianças a proteção dos seus direitos e o desenvolvimento das suas capacidades;
• Identificar e referenciar todas as crianças que necessitam de IPI;
• Intervir em função das necessidades do contexto familiar de cada criança, de modo a prevenir ou reduzir os riscos de atraso no desenvolvimento;
• Apoiar as famílias no acesso a serviços e recursos dos sistemas da segurança social, da saúde e da educação;
• Envolver a comunidade através da criação de mecanismos articulados de suporte social.

Este modelo de intervenção tem por base oferecer apoio direto e indireto a crianças dos 0 aos 6 anos de idade e às suas famílias respeitando as suas características e necessidades individuais. Pretende incentivar o desenvolvimento global das crianças através do acesso a meios facilitadores para o efeito.
A família é totalmente englobada no processo e tem um papel fundamental, pois sendo um processo contínuo, a colaboração dos pais e de todos os membros envolvidos na vida diária da criança é essencial e decisivo para atingir os objetivos traçados individualmente bem como nas aquisições e aprendizagens.
A passagem de informação contínua, potencializa a capacidade de resposta por parte de quem procura os meios e recursos para responder às mesmas e capacita os membros intervenientes para que todos os momentos de interação com a criança possam ser mais eficazes. São facultadas as ferramentas e o suporte necessários para que exista continuidade do trabalho realizado pelo técnico especialista.

O técnico de intervenção precoce primeiramente conhece a criança a família e o seu contexto, avalia as suas necessidades e dificuldades ao nível do desenvolvimento de forma global, posteriormente dá resposta às mesmas de forma especifica por um terapeuta da fala, podendo receber consultoria de técnicos de outra área quando necessário.
O objetivo é a melhoria da qualidade de vida da criança e da família e por esse motivo trabalhamos em conjunto com o meio em que a criança se insere.
A prevenção precoce, pode passar por ações de sensibilização aos pais e elementos dos contextos educativos que comunicam com a criança ou comunidade em geral, facultando também estratégias para melhorar a comunicação com a criança e que promovam o seu desenvolvimento.

Porém, ainda não é dada a devida relevância a este assunto pois por vezes os pais ou educadores consideram que é normal a criança omitir sons da fala ou “falar à bebé”, ser “sopinha de massa”, as birras frequentes, justificando que ainda é muito bebé ou que algum membro da família passou pelo mesmo, por vezes podem ser comportamentos atípicos que consideram passar com o tempo.
No entanto, o desenvolvimento e as aquisições de competências devem ser diários e podemos estar a atrasar o desenvolvimento da criança ao permitir que o tempo passe. Quanto mais precoce a intervenção do especialista, maior a possibilidade de facultarmos as ferramentas necessárias para uma criança feliz, capacitada às aptidões devidas na sua faixa etária.

Falando do Terapeuta da fala na sua globalidade

É o profissional de saúde responsável por otimizar as estruturas anatómicas necessárias para a harmonização da fala, mastigação e deglutição.
Pode intervir em qualquer idade sendo o profissional responsável pela prevenção, avaliação, diagnóstico e intervenção na comunicação humana.
A comunicação engloba todas as funções associadas à compreensão e à expressão da linguagem oral e escrita, assim como todas as formas apropriadas de comunicação não-verbal.
Responde a perturbações relacionadas com a Fala e a Linguagem (expressiva ou compreensiva), alterações relacionadas com as funções auditiva, cognitiva, articulatória, respiração, deglutição e voz.

Deve ainda, desenvolver a prevenção precoce cujos objetivos são promover a saúde e o bem-estar da criança. De modo a melhorar competências cognitivas e funcionais, estimular a adaptação aos diferentes contextos e prepará-los para a vida adulta.
O terapeuta da fala poderá articular com todos os cuidadores (escola, família, etc.) fornecendo estratégias facilitadoras ao quotidiano de todos os envolvidos. Esclarece questões e adequa contextos de forma a desenvolver capacidades e a promover competências. Fornece ferramentas para o desenvolvimento funcional e harmonioso de uma criança ou para a recuperação de capacidades de comunicação, deglutição ou cognitivas de um adulto.
O objetivo do Terapeuta da fala não é só “ensinar a falar”, mas potenciar a funcionalidade, aumentar competências e melhorar a qualidade de vida não só do paciente, mas de toda a família/cuidadores.

Os objetivos do SNIPI:
https://snipi.gov.pt/quem-somos#no-back