Mensagem da Presidente da AILD

Julho, o mês do reencontro

Chega julho… o mês tão ansiado, tão “sonhado” por cada um dos nossos compatriotas espalhados pelo mundo. Durante onze longos meses, a saudade cresce silenciosamente, alimentada pelas memórias, pelas chamadas em horários trocados, pelas fotografias que tentam colmatar a distância. Mas nada substitui o cheiro da terra, o calor do abraço, o sabor da nossa comida, a língua falada com o coração.

É nesse contexto de saudade e pertença que julho se torna mágico. Mês em que as malas se preparam com semanas de antecedência, carregadas de presentes e emoções. Mês em que regressar é mais do que voltar: é reviver, é reencontrar-se, é sentir que, mesmo longe, Portugal continua a pulsar dentro de cada um.

Se é a primeira ou a segunda pátria, já nem se sabe muito bem. Porque o coração luso sabe amar em duplicado. Mas, nesta dualidade de sentimentos, há uma certeza: julho é sempre aguardado com a ansiedade de um reencontro adiado.

Dos quatro cantos do mundo, milhares de lusodescendentes e emigrantes convergem em direção a Portugal como se uma força invisível, quase sobrenatural, os chamasse. Ao chegarem, trazem consigo alegria, orgulho, histórias, filhos e netos que vão conhecendo, pouco a pouco, as raízes que os sustentam.

As aldeias, vilas e cidades enchem-se de vida. As ruas ganham cor, os cafés voltam a ter os risos altos de conversas cruzadas. Os abraços sucedem-se – intensos, emocionados, genuínos. Os restaurantes fervilham de sotaques misturados com o aroma inconfundível da nossa gastronomia. O comércio local renasce com novo fôlego, e a economia recebe o impulso tão necessário. Tudo floresce.

E depois há os jantares de família. Aqueles encontros em torno da mesa farta, onde se ouvem gargalhadas, onde se recordam histórias antigas, onde os sabores tão aguardados fazem reviver a infância. O cheiro do pão quente, do bacalhau, do cabrito no forno, das sobremesas tradicionais que só a avó sabe fazer como ninguém. É à mesa que se reforçam laços, que se transmitem tradições e que se cultiva o amor pelas origens.

Mais do que números, são os sentimentos que verdadeiramente contam. Em cada sorriso está uma história de superação, em cada encontro uma promessa de regresso, em cada lágrima o reflexo de um povo que nunca esquece as suas raízes.

A AILD orgulha-se de representar os nossos lusodescendentes e todos os emigrantes incansáveis e afetivos. Temos orgulho em cada um dos que levam o nome de Portugal além-fronteiras e que, em julho, regressam como filhos pródigos – não para serem recebidos, mas para voltarem a casa.

Que este mês nos lembre da força dos laços que nos unem. Que celebremos juntos a Portugalidade, a cultura, a tradição, mas sobretudo, o amor que atravessa oceanos e fronteiras.

Sejam bem-vindos a casa. O verão só começa verdadeiramente quando vocês chegam.

Com estima,

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