Obra de Capa

A imagem que temos do coqueiro é a panorâmica verdejante duma costa arenosa dourada tropical que tem o mar como o caminho para o infinito.
No leve-leve do arquipélago, uma forma muito própria de estar dos seus habitantes, acompanha-se o tempo que parece não andar. Na sombra do coqueiro o artista vê os côcos secos que ganham a sua liberdade, rolando da areia ao mar pelas marés cheias… para encontrarem a corrente marítima e passearem pelo oceano até alcançarem a terra abençoada para iniciar o novo ciclo de vida que consiste em semear-se, crescer, produzir e finalmente reproduzir.
Por isso é que devemos estimar a vida, respeitar os semelhantes e cultivarmo-nos com beleza natural, tal como o “côco” que segue o seu ciclo de vida sem atrofiar o outro porque o sistema natural encarrega-se de o guiar.
Os artistas são como o “côco”. Deixam fluir o seu pensamento criativo num ciclo muito autónomo para fazer aparecer o resultado estético da vida, trazida para a praia da imaginação através das ondas do pensamento…