Patrícia Cunha

ImpactPlan. Colorir Portugal e o mundo

Patrícia Cunha, filha de empresários, natural de Águeda, em Portugal, é uma mulher que encanta com a sua simpatia, humildade e criatividade colorida, iluminando o dia-a-dia das cidades e dos seus habitantes com o seu toque artístico através do trabalho mais conhecido « Umbrella Sky », os guarda-chuvas, presentes todos os anos nomeadamente no evento cultural AgitÁgueda! Trabalho reconhecido internacionalmente em 2011 pela CNN Travel valorizando uma das ruas da cidade de Águeda, considerada das mais bonitas do mundo!
A equipa dinâmica e criativa da agência ImpactPlan espalha cores e magia em várias cidades do mundo levando as pessoas a sonharem, o que levou a receber diversos prémios. Recentemente obteve o prémio de Best Designers of the World.
Uma aventura colorida incrível partindo da cidade encantadora de Águeda para chegar ao mundo inteiro com propósito e impacto social!

Como surgiu a ideia dos guarda-chuvas tão conhecido agora em qualquer canto do mundo?

Este projeto surgiu no âmbito de trabalhos que estávamos a desenvolver com a Câmara Municipal de Águeda precisamente para atrair pessoas no comércio local, sentia-se muita desertificação das ruas, não compravam e daí fizemos uma série de iniciativas para atrair pessoas nas ruas e para ajudar os comerciantes locais. Os guarda-chuvas coloridos é o trabalho mais conhecido pelo público hoje em dia, que surgiu nessa altura, « Umbrella Sky », pensámos em fazer uma decoração na rua e queríamos criar sombra na parte de decoração para os meses de verão, aí, surgiu a ideia dos guarda-chuvas, foi um « boom » destas instalações coloridas, temos usado sempre o mesmo conceito, colorir a cidade porque faz um contraste muito grande com o cinzento que nos habituamos no dia-a-dia principalmente para quem mora nas cidades. Tem um impacto muito positivo nas pessoas quando vêem as cores, aquele cenário um pouco inusitado, dá fotos bonitas, as pessoas gostam de partilhar nas redes sociais, criar esses álbuns de memórias, desde então a nossa empresa foi-se desenvolvendo muito com o mercado francês, efetivamente, trabalhamos 70% para a França porque os franceses apreciam a Arte. Fizemos os primeiros trabalhos em Toulouse, estivemos em Normandie, Calais, Paris, Bourges, Millau, Laon, Saint-Nazaire, Libourne, Haute-Garonne, Sanary-sur-Mer, Romans-sur-Isère,Tours, Carcassonne, Bordeaux, Metz, Avignon,Poitiers, Lens, Pontivy, trabalhamos para as entidades privadas e com as associações comerciais. Fizemos trabalhos para os centros comerciais para impulsionar impacto na comunicação social, aquela partilha que as pessoas geram nas fotos nas redes sociais acaba sempre por impulsionar a economia local. Além da França, também estamos em Portugal, Beja, Estarreja, Anadia, Ovar, Aveiro, Coimbra, Vila Nova Foz de Côa, Algarve, Setúbal, Viseu, Zambujeira do Mar, e outros países, em Manama, Miami, Flórida, Espanha, Londres, Estocolmo, Pittsburgh, Noruega, Luxemburgo, Japão, é sempre uma alegria ver as fotos partilhadas no mundo inteiro com esse impacto positivo.

A ImpactPlan vende vários produtos originais e lindíssimos com uma determinada finalidade? É importante que a empresa tenha um impacto social, económico e ambiental?

Sem dúvida, cada vez mais queremos ser sustentável, desde da poupança energética até a reutilização dos materiais até aos resíduos e tentar transformar tudo isso em obras. Apesar de usarmos algum plástico, somos uma empresa pequena e não chegamos a grandes volumes, tentamos transformá-lo em instalações diferentes, usamos o mesmo material mas damos uma nova vida, reciclamos ou entregamos às associações, às escolas, por exemplo, os guarda- chuvas são muito versáteis porque temos tido algumas cidades que aproveitam os tecidos transformando-nos junto com associações em sacos de compra para depois venderem e ajudarem as associações.
Vendemos alguns produtos que se encontram no nosso site como t-shirts, canetas, meias, sapatilhas, cadernos, lancheiras, lápis, floreiras, mobiliário de jardim, interior e exterior em forma de guarda-chuva com ou sem bangala, posters, Tote Bag « Je suis Art », inicialmente criámos esses produtos para os turistas da cidade de Águeda porque sentimos a necessidade de ter alguma oferta para eles, para terem « souvenirs » mas recentemente criámos um projeto social nomeado « Vamos Colorir Portugal » e todos os produtos ligados ao projeto « Umbrella Sky » uma parte do valor reverte para fazer projetos coloridos para dar vida para dentro das associações de solidariedade social. Fizemos um projeto num lar de idosos, em Gafanha do Carmo, na altura da Covid e como não podiam sair, resolvemos levar cores daqui para lá com a dupla função de lhes criar uma sombra bonita para eles fazerem lanchezinhos debaixo dos guarda-chuvas. Recriámos as ruas de Águeda no páteo do centro. Os nossos idosos ficaram felizes porque trazemos vida com as cores e podem desfrutar dos seus lanches à sombra.
Outro projeto social que organizámos foi o do Dia do Sorriso em que fotografávamos pessoas com os seus mais lindos sorrisos na rua e o valor que obtivemos foi para AFECTU (Associação de Felinos e Caninos Todos Unidos), que recolhe e trata muito dos animais abandonados de Aveiro. Queremos continuar a levar para frente novos projetos.
As instituições que querem dinamizar um espaço ou precisam de uma obra específica dentro da instituição, contacte-nos e selecionamos alguns projetos internamente, vamos reunindo fundos monetários para os levar a cabo, ImpacPlan entra com alguma parte e as pessoas ao comprar os nossos produtos estão a apoiar de certa forma os projetos e nós também apoiamos quer com trabalho voluntário, quer com materiais.

Devido ao seu trabalho, viaja bastante, como lida com as mudanças e quanto tempo demora a implementação das obras?

Falar varias línguas facilita a comunicação com as pessoas, é ótimo ter o contacto e observar a vida nas outras cidades, para a criatividade é fantástico! Observar outra realidade é sempre enriquecedor, em França as pessoas manifestam-se sempre e são muito simpáticas. Gostam muito do nosso trabalho, fico feliz.
A implementação depende da dimensão do trabalho, mas pode levar até 8 a 10 dias, não queremos demorar muito tempo na rua e a nossa equipa está habituada a realizar a montagem rapidamente. Para o trabalho no Bahrein demorou cerca de 10 dias mas tínhamos uma equipa de 20 pessoas.

A Arte pode mudar o mundo, tem um impacto diferente?

Devemos trabalhar com propósito e estamos todos alinhados em fazer as pessoas felizes e dar vida às cidades, trabalhamos essencialmente para isso. Somos uma equipa de 15 pessoas empenhadas e acreditamos que a criatividade pode mudar o mundo. Além do projeto « Umbrella Sky » temos o « Tropicália », « Bubble Sky » « Color Rain », a cor é relacionada com o bom-humor, impacta também na saúde mental.

Quais são os conselhos que daria a jovens empreendedoras?

As pessoas têm quer ser resilientes e persistentes. Há muitas ferramentas agora para ter ideias e como fazê-las, é uma questão sobretudo de vontade e persistência. Não desistir perante as dificuldades.

Que mensagem deixaria à comunidade lusófona?

É uma comunidade espalhada pelo mundo que acrescenta muito porque somos um povo muito criativo e trabalhador, trazendo novidades.
É sempre um gosto em encontrar e falar com os portugueses porque têm uma empatia muito especial.

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