Paulo David Dias Pereira

Palavra ao Associado AILD

Emigrou para Angola com 5 anos de idade com a mãe (viúva) e um irmão de 4 anos. Estava a estudar engenharia civil na faculdade de engenharia da universidade de Luanda quando se deu o 25 de Abril. Optou por nunca voltar a Portugal e em Luanda construiu a sua vida familiar e profissional. Hoje é sócio fundador da EMME, Lda, empresa de montagem e manutenção de elevadores e representante da marca de elevadores Finlandesa Konne em Angola.

O que o manteve em Angola após a independência?

A história começa quando no auge da chamada ponte aérea visitei Portugal e, não me consegui entender e entrosar com o ambiente que então se vivia. De norte a sul tudo me era invulgar e estranhamente provisório. O assentamento mais que provisório das famílias e o futuro demasiado incerto, os aglomerados de pessoas e bens nos portos e aeroportos e, também uma certa animosidade para com os que chegavam impelidos pelas situações de guerra criadas pelos que nunca tinham saído, mas tinham criado tal situação. Assim, tudo visto e ponderado, decidi que ficaria onde havia já muitos anos assentado arraiais, uma vez que a primeira vez que fui à escola já tinha sido em Luanda. Em vez de um salto no escuro, preferi o conforto do meu lar.

Desafios e projetos para 2021?

Como todos os profissionais da minha área, tentar voltar a um volume de faturação pré-pandemia.

Considera importante a existência de políticas e ações para uma maior aproximação de Portugal às comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo? O que poderia ser feito nesse sentido?

Que a embaixada de Angola apoiasse os portugueses que lá vivem, nunca estão presentes nem nos apoiam quando é preciso. Existem imensos entraves sempre que se precisa de alguma coisa da embaixada e/ou do consulado. Que a classe política estivesse mais atenta aos portugueses que vivem fora de Portugal, neste caso em concreto em Angola.

O que mais gosta em Portugal?

A gastronomia.

O que menos gosta?

Da classe política, dos seus vícios e sobranceria.

Porque se tornou associado da AILD?

Porque acredito que juntos podemos fazer a diferença e convencer os políticos que também contribuímos para a economia em Portugal e, por isso, merecemos uma voz.

Inevitável no momento que estamos a atravessar perguntar-lhe como está a “sobreviver” a esta pandemia? Que impacto está a ter na sua vida?

Com muita serenidade e alguma cautela e apreensão. Penso que com calma tudo voltará aos seu lugar e temos que estar preparados para adaptações ao nosso estilo de vida.

Qual é o seu sonho para 2021?

Poder voltar a viajar livremente!

Uma mensagem para as Comunidades Portuguesas?

Acreditem sempre nos seus sonhos e sigam-nos, mesmo que isso implique deixar Portugal porque infelizmente é um país que corta muito os sonhos e as asas a quem quer crescer e sobressair na sociedade.

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