Tatiana Saavedra
As minhas obras são de alma nostálgica. Nascem da memória de sentimentos que muitas vezes ignorei ou silenciei. São o sabor que ficou de ausências, vazios, esperas, culpa, solidão, do medo de crescer ou do amor que doeu. Por vezes, são lágrimas silenciosas de uma dor longínqua, e há em todas uma memória de mim e de quem somos.
O meu universo artístico quer falar do que é ser-se humano. Na fotografia encontrei o lugar ideal para explorar melhor as idiossincrasias em que a beleza e a dor se enlaçam, na doçura e na inquietação. São pequenas janelas de dentro, que a fotografia torna cristalinas.
Nas minhas imagens há uma angústia difusa que ecoa – seja o homem perdido em espaços infinitos, corpos entre quatro paredes, ou seres vivos em paisagens serenas, como animais feridos em busca de isolamento no seu habitat.
É nessas representações das nossas contradições e antagonismos, em atmosferas de confinamento e letargia, que nos tornamos iguais. E, apesar das sombras que permeiam, sinto a necessidade de transmitir esperança. Mesmo que o tempo pareça escasso para cicatrizar as feridas mais profundas.
Sou uma ativista da paz e da compreensão, e uma crente firme nas possibilidades do humano. A minha inspiração nasce do que vejo nas pessoas, na Natureza, e dentro de mim.
Convido-vos a conhecerem-me, a olharem através das janelas que vos abro, na esperança de que se reconheçam a vós próprios. E agradeço-vos por partilharem comigo este sentimento íntimo e belo.