Ayutthaya

A viagem prossegue proveniente da cosmopolita cidade Bankgok rumo a Ayutthaya, localizada a 80km a norte. O nome por si só, não despertaria muito interesse não estivéssemos nós perante a antiga capital do império do Sião, fundada em 1350 após um êxodo do povo Thai “Thai – povo de ascendência mongólica e língua sino-tibetana” da China para o Sul, uma das cidades mais ricas da Ásia, essencialmente devido à sua localização numa ilha no centro do vale fértil do rio Chao Phraya.
Esta antiga capital estrategicamente colocada entre a China, a Índia e a Malásia, destacava-se pelo seu porto marítimo de comércio onde pessoas de toda a Ásia comercializavam artigos como madeira de teca, marfim, seda e artesanato. Calcula-se que nos seus tempos áureos Ayutthaya tenha atingido 1 milhão de habitantes, cerca de 1500 templos com 4 mil estátuas.
Os registos apontam para a chegada de Portugueses a esta expandida? capital em meados de 1511, com interesses na região nomeadamente em materiais como a seda, tendo, rapidamente, tentado uma presença sólida no comércio local. Todavia a presença e pressão birmanesa ao longo do tempo iria revelar-se devastadora para os intentos da coroa Portuguesa, ainda que existam testemunhos e documentos que apontam para a sua presença (quer em postos de grande relevo no exército na fronteira a norte (maioria), quer em serviço à família real, ou até mesmo em missionários/sacerdotes que difundiam o cristianismo pela região).
Este período áureo de Ayutthaya durou até 1767, tendo culminado com a invasão do exército Birmanês. A cidade em tempos próspera foi saqueada, destruída por completo, inclusive todos as estátuas de buda foram decapitadas. A derrota foi tal, que a reconstrução neste local era completamente impossível. O reino do Sião parecia condenado ao desaparecimento, no entanto graças ao general sino-siamês Taskin que num golpe feroz derrotou os Birmaneses e sob a sua auto-proclamação como rei, fundou e estabeleceu a nova capital do reino na cidade de Thonburi, nas imediações de Bankgok.
Atualmente, da cidade de Ayuttaya, considerada Património Mundial da UNESCO, restam apenas as diversas ruínas doutrora de uma cidade próspera.
A visita à antiga capital ocupa um dia completo e o seu acesso é facilitado através de comboio ou carro proveniente de Bangkok.
Chegando a Ayutthaya recomendamos a compra de um bilhete combinado para visitar os templos principais da cidade e percorrer a pé os antigos caminhos do império do Sião. Alguns dos templos destacam-se dos demais, contudo a cada muralha ultrapassada surge algo inesperado, este é o verdadeiro encanto da cidade outrora imperial.

Wat Yai Chai Mongkol
O templo mais conhecido da cidade construído entre 1290 e 1350, caracterizado pelo conjunto enorme de cabeças de Buda decapitadas aquando da invasão birmanesa. Destaca-se pela sua antiguidade sendo um dos templos, senão o templo mais antigo de toda a cidade. A história revela que Wat Mahathat era usado para cerimónias importantes da realeza. Actualmente é um dos templos mais bem cuidados da cidade, sendo local de culto para muitos Tailandeses. Do ponto de vista turístico é aqui que encontramos a cabeça de um Buda entrelaçado nas raízes de uma árvore. Recordo que as regras locais impedem que se tire fotografias em pé junto a esta árvore, sendo considerado desrespeitoso para com Buda.

Wat Mahathat
Nas imediações do Wat Mahathat, o denominado templo da restauração foi construído pelo rei em 1424 como forma de um terceiro filho primogénito do rei, homenagear os seus dois irmãos falecidos na luta pelo poder. Considerado por muitos como um dos templos mais bonitos, no mesmo podemos observar diversas esculturas de Garudas “Figura mitológica Hindu” assim como cobras. Destaco ainda as criptas relativamente bem preservadas assim como a possibilidade de apreciar pinturas do interior de habitações que ainda permanecem intactas.

Wat Lokayasutharam
Relativamente distante do centro de Ayutthaya fica este templo cuja visita é imperativa, já que nele podemos observar um Buda Deitado com cerca de 42 metros. Após escavação arqueológica determinou-se que o mesmo terá sido construído no reinado cujo rei vos desafiamos a pronunciar o nome “Rei Nakharintharathirat”. Sendo um dos templos mais fustigados pelos terramotos e com danos elevados, o rei tailandês ordenou em 1954 a reconstrução da escultura do Buda. Actualmente é um dos maiores locais de culto Tailandês, visitado por milhares de locais e turistas.
A visita aos diversos templos continua até ao pôr do sol onde as cores e tonalidades mudam e Ayuthaya adormece num esplendor de outros tempos.
Para os mais criativos sugerimos que fechem os olhos e imaginem uma Ayuthaya viva, repleta de sabores e aromas, recheada de mercados e mercantes provenientes de todo o mundo.
Aconselhamos ainda a que façam as visitas no período da manhã devido às elevadas temperaturas.
Ao longo do trajeto serão certamente convidados a deslocar-se em elefantes, pedimos que rejeitem e não fomentem este negócio que se aproveita e maltrata os animais. Todavia, sobre os Elefantes algo característico destas paragens falaremos na última paragem desta odisseia.
Próxima paragem, Cidade Rosa – Chiang Mai até já…

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