BookInDouro
Empresa associada do mês

Bruno Coelho, pode contar-nos um pouco sobre o seu percurso até chegar à liderança da BookInDouro?
O meu percurso profissional iniciou-se com a licenciatura em Economia. Assim que terminei o curso, comecei imediatamente a trabalhar em contabilidade no escritório do meu pai, mas desde cedo percebi que não seria um trabalho que me realizasse. Mantive-me por lá 3 anos, mas sempre com o pensamento em fazer algo diferente no futuro, até que surgiu a oportunidade de ir trabalhar para a Ritmos, uma empresa de produção de espetáculos na área da música. Mantive-me por lá 4 anos, mas estando na área financeira, que definitivamente fui percebendo que não era o caminho que queria seguir, fui maturando ao longo de muitos meses o projeto da Bookindouro, que viu a luz do dia durante a pandemia. A Bookindouro mantém-se ligada à Ritmos, fazendo o “accommodation” dos artistas em festivais como o Primavera Sound ou o Vodafonde Paredes de Coura.
O que o motivou a enveredar pelo setor do turismo e, em particular, pela região do Douro?
Embora não tenha sido essa a minha formação base, sempre me interessei pelo setor do turismo e sobretudo pelo Douro, por ser a minha Região e embora seja suspeito, acho que têm uma beleza e um potencial inigualáveis. A ideia de juntar os dois foi quase uma inevitabilidade.
Como nasceu a BookInDouro e qual foi a visão inicial para o projeto?
A Bookindouro surgiu um pouco na senda da questão anterior. Ponderei fazer algo ligado à música, que é outra das minhas grandes paixões, no Douro, mas percebi que talvez fosse demasiado ambicioso e utópico fazer disso um modo de vida aqui. Voltando à Bookindouro, no fundo quis fazer algo diferenciado, uma plataforma exclusivamente dedicada a toda a Região do Douro em Portugal, agregando oferta de experiências que não passassem apenas por aquelas mais comuns e óbvias, contribuindo para que as pessoas que nos visitam possam diversificar as atividades e experiências de que usufruem aqui, potenciado o aumento do período de estadia média, que é ainda hoje um dos problemas no turismo da Região.

Que tipo de experiências e serviços oferece atualmente a BookInDouro aos seus clientes?
Atualmente temos mais de 100 experiências espalhadas por toda a extensão do Douro em território nacional. Temos oferta desde Miranda do Douro até ao Porto/Gaia onde o rio desagua. São vários os naipes de atividades que temos, divididos pelas categorias Terra, Ar e Água. Passeios de veleiro, passeios de balão ou tours 4×4, são algumas das muitas experiências que temos ao dispor dos nossos clientes.
Acredita que o turismo de natureza e experiências locais está a ganhar força face ao turismo tradicional?
Acredito sinceramente que sim. As pessoas procuram cada vez mais experiências que só se possam fazer num determinado local, e que tenham uma componente endógena significativa.
No que diz respeito à natureza, sobretudo depois da pandemia, criou-se uma necessidade acrescida do contacto com o meio natural e com o ar livre. O Douro tem a capacidade de oferecer natureza e muito mais.
A BookInDouro tem atraído turistas de vários pontos do mundo. Que mercados têm sido mais relevantes para a empresa?
O mercado norte-americano tem sido o mais significativo para nós. Talvez de forma surpreendente, trabalhamos também muito com o mercado português.

O que podemos esperar da BookInDouro nos próximos anos? Há planos de expansão ou novas experiências em desenvolvimento?
No que diz respeito às experiências, estamos sempre atentos a novas oportunidades, novos projetos e novas ideias. A nossa plataforma está em constante mutação quer adicionando novas experiências, quer por vezes retirando outras, quer por falta de procura, quer sobretudo por percebermos que deixam de fazer sentido à medida que vamos redirecionando e afinando o rumo pelo qual queremos seguir.
A grande novidade dos próximos meses será a evolução deste projeto para agência de viagens e com isto termos além das experiências, alguns dos alojamentos mais exclusivos e alguns dos segredos mais bem guardados da Região no que diz respeito a hotelaria, com possibilidade de pré-reserva no nosso website.
Que conselho daria a jovens empreendedores que pretendem investir no turismo em Portugal?
Diria que devem tentar perceber o mercado e as sensibilidades de cada Região, e enveredar por uma atividade com potencial de crescimento e que de alguma forma se diferencie dos demais.
Sem dúvida que o Turismo tem uma importância muito grande no nosso país e, portanto, há sempre algo mais que se pode fazer e há muita margem para acrescentar projetos novos e diferenciados nas diversas regiões do país, mesmo naquelas que já têm aparentemente muita oferta.

Como sente a Portugalidade? É um tema presente na sua empresa?
É algo que procuramos passar às pessoas na nossa comunicação. É o nosso cartão de cidadão enquanto nação e algo de que nos devemos orgulhar e preservar, respeitando e percebendo sempre as diferenças de e a para qualquer povo ou nação. A Portugalidade é muito isto também, empatia para com quem pelos mais diversos motivos, é “diferente” de nós.
A AILD está a criar uma rede internacional de pessoas que se vão poder interligar e colaborar entre si. Como vê este projeto e quais as vossas expectativas?
Parece-me uma excelente ideia. Muitas vezes a falta de pontos de contacto e de plataformas orgânicas que ponham as pessoas e as empresas a falar entre si, é um problema e um desperdício de oportunidades. Voltando à Portugalidade, “a falar é que a gente se entende”.
Tendo em consideração que esta entrevista será lida por muitos empresários espalhados por todo o mundo, que palavras deixaria sobre a AILD relativamente a esta plataforma global?
Penso que é uma Associação com um excelente propósito, e que pode ser muito útil sob vários pontos de vistas, ao aproximar pessoas e empresas que têm muito em comum, a começar pela língua, mas acima de tudo pela alma lusa e pelos traços culturais que nos unem e nos definem. Unirmos esforços e sinergias, pode e deve ser o caminho a seguir.