Célia Mendes

Conduzo às vezes horas a fio até chegar aonde quero. Depois, segue-se uma caminhada que pode ser de 5 minutos ou de 5 horas, de máquina fotográfica e tripé ao ombro. Sempre sozinha. Invariavelmente imersa na natureza. Para mim, fotografar é uma forma de meditação: um estado mental e físico de quietude, em que me ouço respirar. Prefiro grandes angulares ¬¬–quero devorar a paisagem inteira com a lente, reter tudo o que o olho humano vê. Assim também, na edição, há um esforço por aproximar a imagem captada àquela que me ficou na retina do olhar e da memória. Não a quero imaginar mais fantástica ou de cores exuberantes retocadas; quero mostrar o que eu vi, nesses momentos de comunhão com a paisagem, em que respirámos juntas, ela e eu.

Célia Mendes (Luanda, 1973), portuguesa, fotógrafa de inclinação, docente universitária de formação, encontrou na sua relação com a fotografia e com a escrita (separadamente e em uníssono) a sua linguagem expressiva de eleição.

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1 Comentário

  • Afonso
    1 ano ago Publicar uma Resposta

    Fotografias incríveis! São autênticos poemas visuais que vão além do bonito e estático postal. Há algo nesses poemas visuais que se conectam com humores, com atmosferas espirituais. Adoro!

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