José Manuel Rodrigues

O Arquivo Municipal de Lisboa tem divulgado vários nomes da fotografia contemporânea portuguesa, muitos deles representados no seu acervo, através de exposições e edições, sendo José M. Rodrigues um desses nomes incontornáveis.
Nasceu em Lisboa, em 1951. Residiu em Paris (1968-1969) e nos Países Baixos (1969-1993). Formou-se em fotografia, em Haia (1975-1980) e Apeldoorn (1975-1979), e em vídeo no Instituut Santbergen em Hilversum (1989). Foi cofundador da Perspektief – Associação de Artes (1979) e bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian (1986-1987 e 1995-1996), do Fonds voor de Beeldende Kunst, na Holanda (1992) e do Centro Nacional de Cultura, em Portugal (1997).





Em 1981 fez a primeira exposição individual no Museu de Évora e, no ano seguinte, expôs nos 3ºs Encontros de Fotografia de Coimbra. Neste mesmo evento participou em exposições coletivas nos anos de 1983, 1994 e 1995. As décadas de 1980 e 1990 foram prolíferas de exposições em Portugal e noutros países da Europa, África, USA e Austrália. Em 1999 apresentou o trabalho Chorar por Águano Arquivo Municipal de Lisboa|Fotográfico, ficando, desta forma, representado na Instituição[1]. Este projeto expositivo faz parte de um conjunto de imagens captadas no Arquipélago de Cabo Verde, nos finais da década de 1990, que focam o quotidiano da vida de um povo através dos cenários, figuras e ambiências sob o olhar atento e sensível do fotógrafo. Trazem-nos a alma de uma cultura feita de ritmos, gestos e sons, “… numa fronteira líquida, mas sem água …” como o próprio caracterizou. Deste território, que deu origem à exposição Chorar por Água, fica o testemunho visual de uma intensa experiência de descoberta que transporta uma beleza austera ancorada na Natureza e na Cultura de uma comunidade humana insular, tendo como pano de fundo a escassez de água.
[1] https://arquivomunicipal3.cm-lisboa.pt/X-arqWEB/Result.aspx?id=197729&type=PCD





No século XXI continua a expor os seus trabalhos, sendo de destacar a exposição Sem título, original, retratos de vida no Palácio de Dom Manuel (2022) e na Galeria Municipal Avenida da Índia, Lisboa (2024), Tratado, uma exposição de fotografia e de vídeo de cariz intimista, com retratos de amigos e familiares do autor, numa fase de maturidade artística, com pendor pessoal.
A fotografia de arquitetura mereceu também a sua atenção, como fotógrafo da Academia de Arte de Arquitetura de Amesterdão (1980-1991), e na colaboração com o arquiteto Siza Vieira e em Portugal com o arquiteto João Pedro Falcão.
O território do Alentejo, local onde fixou residência após o retorno a Portugal, tem uma forte presença na obra fotográfica do autor.Paula Delgado






