Katia Caramujo

Palavra ao Associado AILD

Com formação em línguas e literatura, Katia Caramujo, é uma jovem dinâmica envolvida na comunidade desde os seus 12 anos. Com um longo trajeto em prol da Comunidade Portuguesa de Toronto.
Em 2014, eleita Presidente do Conselho de Presidentes da Aliança dos Clubes e Associações do Ontário (ACAPO),e o Rancho Folclórico da Casa dos Poveiros em 2002, como secretária e vice-presidente.
Integrou,a Luso-Can Tuna, única tuna académica na América do Norte, como presidente em 2014, a tuna recebeu a Ordem de Mérito do Governo Português.
Em 2016, integra a Casa das Beiras, casa representativa da zona dos seus pais, como vice-presidente.

O que faz profissionalmente?

Sou Administrativa numa empresa de construção civil aqui em Toronto.

Desafios e projetos para 2021?

Gostava de concretizar a viagem à Grécia que tinha planeada para 2020, se a pandemia melhorar e assim o permitir. Tenho, também na lista, completar outro curso profissional (porque o saber não ocupa lugar!), explorar novos desafios profissionais, e trabalhar na reabertura da Casa das Beiras, perspectivando também a realização da celebração do Dia de Portugal (dependendo do estado da pandemia).
Em 2020 trabalhei bastante no desenvolvimento pessoal e espero em 2021 continuar essa trajetória, aprendi que primeiro temos de cuidar da nossa saúde e a seguir sim cuidar dos outros. Além disso, na lista consta ainda, aprender as receitas mais tradicionais que a minha mãe aprendeu da minha avó. Este confinamento é a altura ideal para explorar mais esse lado culinário e gastronómico!

Considera importante a existência de políticas e ações para uma maior aproximação de Portugal às comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo? O que poderia ser feito nesse sentido?

Sim, sem dúvida, considero importante e especialmente nos tempos de hoje com tantos portugueses sem poderem viajar devido às restrições da Covid-19.

Iniciativas como o Curso Mundial de Dirigentes Associativos da Diáspora, no qual tive o privilégio de participar na sua primeira edição, são muito bons para aproximar as comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo e ao mesmo tempo promovem o intercâmbio entre os vários países, ensinando igualmente os dirigentes a formar pedidos de apoio ao Governo Português. A criação da AILD também foi uma excelente iniciativa, já que torna menor a distância que nos separa e serve de plataforma para promover as ações de proximidade, mantendo os associados e os seus apoiantes informados com as atividades das comunidades lusófonas. Talvez se pudesse organizar um encontro virtual com as comunidades lusófonas, ou até um reencontro das várias edições dos Cursos Mundiais, especialmente nos dias de hoje seria importante essa reaproximação.

O que mais gosta em Portugal?

A sua beleza natural, tanto da cidade como do campo, assim como da praia. A hospitalidade, a gastronomia, os vinhos, a casa dos meus pais… adoro a história, a cultura e as tradições portuguesas.

O que menos gosta?

De estar na zona da praia em pleno Agosto quando se torna impossível arranjar espaço para estacionar o carro. Das moscas e das melgas nesse período do ano! E particularmente de ter de me despedir da minha família, com aquele “até para o ano” sem saber se vai ser mesmo “até para o ano”.

Por que se tornou associada da AILD?

Acho importante para o meu envolvimento no associativismo e espero poder aprender mais sobre a AILD e as suas iniciativas, para poder partilhar com os meus colegas nas associações em Toronto. Também acho importante apoiar as iniciativas dos nossos amigos e estar mais informada com a situação atual das comunidades lusófonas, porque efetivamente, juntos somos mais fortes. A criação de uma associação “guarda-chuva” vai ajudar imenso na comunicação entre as comunidades e também, com o contato com o nosso país.

Inevitável no momento que estamos a atravessar perguntar-lhe como está a “sobreviver” a esta pandemia? Que impacto está a ter na sua vida?

Quando isto tudo começou, os dias eram mais suportáveis. Infelizmente, neste momento, tive de aceder ao fundo de desemprego porque a empresa onde trabalho foi afetada devido à pandemia. Acho que estou, tal como a maior parte do mundo, cansada desta nova rotina e com imensas saudades de viajar, de estar com os amigos/família e de ir a um restaurante! Nunca senti tanta falta de estar com os meus amigos, de uma festa numa das nossas associações, de ir conhecer um novo restaurante, enfim de ir à rua sem usar máscara.

Qual é o seu sonho para 2021?

O meu sonho para 2021 é que o mundo aprenda a importância de um abraço. Que valorizemos mais os pequenos momentos que no fundo têm sido a sustentabilidade do nosso bem-estar e que em 2021 possamos sorrir mais, com ou sem máscara, mas de preferência sem ela.

Uma mensagem para as comunidades portuguesas e/ou lusodescendentes?

Meus amigos, sei que o momento que atravessamos não é dos melhores, e que a pandemia obrigou ao encerramento temporário (pelo menos no Canadá) das nossas associações e das nossas atividades – muitos de nós sem o apoio financeiro necessário para aguentar um encerramento com um fim incerto, alguns inclusive já tiveram de encerrar de vez as suas portas. Mas, mesmo de portas fechadas espero que consigam manter vivas as nossas tradições. Mantenham o orgulho de ser português, ensinem aos vossos filhos e netos a beleza da nossa cultura. Apoiem os nossos restaurantes e lojas portuguesas, divulguem os nossos produtos e mantenham a fé de que tudo vai ficar bem e que brevemente, poderemos de novo dançar juntos o vira! Viva Portugal!

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