Mensagem do Presidente Philippe Fernandes

Portugueses pelo mundo

Portugal começou recentemente a comemorar efemérides com 500 anos e felizmente não faltarão motivos de celebração nos próximos tempos. Não querendo ser exaustivo, refiro por exemplo à recente comemoração dos 500 anos do nascimento de Fernão Mendes Pinto, que escreveu um livro memorável com o título “Peregrinação”, e os 500 anos da nossa relação com Macau.

Para o ano festejaremos o nascimento de Luís Vaz de Camões, que muito viajou por esse mundo fora e nos brindou com a sua magnífica obra “os Lusíadas” e que se conta terá escrito em apaixonado por uma chinesa em Macau.

Ainda hoje, Portugal tem dificuldade em reconhecer o mérito de escritores e investigadores portugueses em vida, e muitas figuras de grande valor morrem pobres e esquecidos pelos seus, como também é exemplo disso, Aristides de Sousa Mendes.

Vivemos os 500 anos de Fernão de Magalhães, e como não fazer a sua viagem de circunavegação pela mão do investigador Joaquim Magalhães de Castro, numa viagem imersiva com a ajuda do seu último livro ”Portugueses no Extremo Oriente Antes e Depois de Fernão de Magalhães”. O mundo nunca mais foi o mesmo.

Este livro muito contribuiu para a verdade histórica deste período e para manter na nossa memória a história do mundo, de Portugal e dos portugueses. Tendo em conta estes livros citados e tantos outros semelhantes, percebemos que os portugueses estiveram desde muito cedo em todos os continentes, lutando, vivendo e amando, por isso, não nos podemos admirar que os portugueses se tenham fundido com quase todos os povos e se tenham tornado nativos de tantos lugares.

Ainda hoje se descobrem os filhos do império esquecidos por esse mundo fora, que nutrem com orgulho a sua identidade portuguesa, apesar não terem um cartão de cidadão. É difícil ir a algum lugar e não encontrar portugueses ou os seus lusodescendentes.

Uma guerra em qualquer parte do mundo, provoca com grande probabilidade vitima entre os lusodescendentes, no entanto, perseguem-se e matam-se lusodescendentes sem provocar grandes reações por cá e por isso, não ficámos muitos admirados, que praticamente ninguém reaja à morte e rapto de lusodescendentes ocorrida, no passado dia 7 de outubro, pela mão dos assassinos do Hamas que sem qualquer preconceito matariam qualquer pessoa que encontrassem nesse dia e raptariam outras para as matar de outra maneira.

Seria interessante saber se os políticos portugueses que simpatizam com este tipo de movimentos, já intercederam pelos lusodescendentes que o Hamas ainda não matou. Aqueles que reagiram à resposta de Israel, talvez sem querer, consigam salvar os lusodescendentes que estão na faixa de Gaza e não me refiro aos que foram raptados.

É crucial saber a veracidade da notícia do Expresso acerca da intervenção de um dirigente do Hamas numa Universidade portuguesa, identificar a universidade, os promotores da iniciativa e o conteúdo de propaganda destes assassinos difundidos entre os estudantes.

Existe uma diferença civilizacional: os que vivem para matar os outros por questões identitárias e os que matam para não serem exterminados.

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