Sociedades Longevas

A sociedade face ao aumento da longevidade, uma das suas maiores conquistas, tem novos e prementes desafios na análise e debate sobre o tema do envelhecimento e na definição de estratégias para a melhoria da qualidade de vida. Em dezembro de 2024, decorreu em Bragança a apresentação do projeto Novas Sociedades Longevas, que pretende promover o envelhecimento ativo e a inclusão com ações que contribuam para uma etapa de vida repleta de novas possibilidades e desafiantes oportunidades numa realidade promissora e de bem-estar. A emergência de sociedades longevas, com alteração da estrutura etária da população, significa uma nova etapa para a humanidade e exige um compromisso de empenho e de construção em constante evolução. Implica mudanças relevantes nas normas sociais, diferentes abordagens da esperança e da qualidade de vida, e a garantia do desenvolvimento de políticas intergeracionais promovendo uma coexistência justa e sustentável para toda a população. A aposentação não deve ser um afastamento da esfera produtiva e social, mas sim um novo ciclo de vida ativa, de transição laboral, com maior flexibilidade, mantendo uma sustentabilidade económica ao longo do tempo, reconhecendo os conhecimentos adquiridos como um real capital social, transferível para toda a comunidade.

O aumento da longevidade é por muitos considerada a maior e mais silenciosa revolução das sociedades modernas, em que o processo de transição demográfica, o impacto sobre a economia, as dimensões políticas, estruturais, laborais, sociais, culturais e de saúde entre outras vertentes, colocam diferentes desafios de desenvolvimento sustentável, para uma atempada resposta e adaptação no quadro de uma sociedade mais justa e próspera no futuro, em que uma visão positiva da idade seja uma realidade.
Devemos saber reconhecer, identificar, avaliar e refletir nas oportunidades criadas com estas novas sociedades, gerando os conhecimentos essenciais de forma a dinamizar e implementar mudanças e soluções criativas e inovadoras, nomeadamente no que respeita à saúde, ainda com uma estrutura muito virada para a doença e não para o indivíduo, bem como uma melhor articulação entre as áreas social e de saúde. É fundamental que a prestação dos cuidados primários, hospitalares e preventivos tenham como foco não só viver mais, mas viver melhor. Entre a esperança média de vida e os anos de vida saudável existe uma enorme disparidade, que urge alterar. Sejamos audazes, gigantes, aceitemos os desafios e falemos sim, de esperança de vida saudável e de envelhecimento saudável e ativo em que o conceito do indivíduo idoso tem a capacidade de atuar na transformação e melhoria do bem-estar da sociedade. A esperança de vida, o envelhecimento e a longevidade continuarão a aumentar, pelo que, com determinação, direi, não há tempo a perder! Valorizemos as novas sociedades longevas em que a realidade social, económica, política, educacional e cultural seja colaborativa, dialogante, tecnológica, ativa, inovadora, produtiva, sustentável, mais equilibrada e mais saudável.


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