Teresa Cascais

CEO Rede do Empresário

Fotografia ©Tiago Araújo

No universo dinâmico dos negócios, onde a inovação e a conectividade são cruciais, a Rede do Empresário surge como uma força transformadora. Em entrevista exclusiva à Descendências Magazine, Teresa Cascais, CEO e co-founder da Rede do Empresário, revela a essência desta plataforma digital e o seu compromisso inabalável em apoiar um ecossistema empresarial diverso. Desde startups promissoras até empresas consolidadas, a Rede do Empresário desempenha um papel fulcral na promoção de sinergias, na partilha de experiências e no fornecimento de recursos estratégicos indispensáveis.

Fotografia ©Tiago Araújo

Licenciada em Informática de Gestão, Pós-Graduada em Gestão de Empresas, com especialidade em Planeamento e Estratégia Empresarial, tem também um PhD de Gestão de Turismo. Ao longo da sua carreira profissional conta com experiências enquanto Coordenadora de Hotelaria, docente, Consultora de Comunicação e mais recentemente assume a função de CEO e co-founder da Rede do Empresário. Deixando as posições e ofícios de lado, quem é Teresa Cascais?

Acho que me identifico muito, acima de tudo, com a palavra “autenticidade”. Em todo o meu percurso, sempre tive muita curiosidade em mudar de área, e experimentar coisas novas. Normalmente, de dois em dois anos mudo de área. Embora aquela com que me identifico melhor seja a de Planeamento e Estratégia na área da Gestão, sempre tive muita vontade de experimentar várias áreas. Já passei pela área do Turismo, já fui docente, já trabalhei no Governo, já trabalhei em associações, ligada à comunicação, ou seja, um percurso bastante transversal, mas sempre com foco na autenticidade. Acho que, quando somos naturais e agimos de forma genuína tudo corre bem. Conseguimos utilizar essa autenticidade em qualquer área. Considero mesmo que o meu lema é a autenticidade e o “fazer bem feito”, mas principalmente o “fazer.”

Conta com um percurso profissional vasto que culminou em 2021 com a criação da Rede do Empresário. O que a inspirou a fazer nascer esta rede para empresários? Foi alguma experiência específica ou lacuna que detetou no ecossistema empresarial?

De certo modo, foram as duas situações. Na altura, estava a trabalhar na área da comunicação na TecParques, onde trabalhava diariamente com muitos parques tecnológicos e empresas. Graças a este contacto diário, detetei que havia uma lacuna: a necessidade de existir uma rede colaborativa. Foi com o objetivo de dar uma resposta eficaz a essa lacuna que criei a Rede do Empresário.
Por outro lado, a criação da Rede do Empresário acabou por ser também projeto bastante pessoal. Sou e sempre fui uma pessoa que gosta de trabalhar de forma liberal, não gosto de estar muito presa a escritórios e a espaços físicos, e a rede permitia-me trabalhar com diferentes pessoas, com diferentes áreas, permitia-me criar projetos novos e ter novas ideias. Por isso, considero que a Rede do Empresário acabou por ser também um projeto muito pessoal, porque me permitiu tocar em todas as áreas ligadas à Gestão e, simultaneamente, ter o meu tempo e gerir a minha própria disponibilidade.

Para quem ainda não teve a oportunidade de conhecer a Rede do Empresário, como definiria esta plataforma digital composta por diversas empresas e instituições, nacionais e internacionais e qual o trabalho que tem vindo a desenvolver?

A Rede do Empresário é uma plataforma digital, apesar de também estarmos muito no terreno. Temos cerca de 10 mil PME’s connosco, desde institutos, associações, centros de investigação, ou seja, um pouco de tudo. Apesar de 97% do nosso tecido empresarial da Rede do Empresário ser composto por PME’s, temos também S.A. e microempresas, nacionais e internacionais.
De uma forma resumida, o propósito da rede é facilitar o diálogo e a colaboração entre o tecido empresarial, a academia e o Governo. Como tive a oportunidade de trabalhar em vários sítios, dar aulas, trabalhar em associações, em consultoras privadas e no próprio Governo, percebi que se trabalharmos em colaboração o resultado é muito mais eficaz. Estamos a trabalhar nesse sentido e acho que estamos a ter bons resultados.

A Rede do Empresário é uma plataforma digital internacional, com uma equipa de talentos multidisciplinar, com mais de 10000 empresas aderentes, em Portugal, Brasil, Espanha e no continente asiático. E, como todas as redes, a Rede do Empresário diversifica muito as suas atividades. Presentemente, quais os serviços que a Rede do Empresário tem disponíveis e a quem se destinam?

O nosso segmento é todo e qualquer empresário. Quando digo empresário, refiro-me também a qualquer instituto de ensino ou qualquer entidade governamental. Tudo o que vai ao encontro do nosso propósito.
Falando dos nossos produtos e serviços, nós temos um produto de excelência que são as Business and Science Networks.

As Business and Science Networks são consideradas o “produto de excelência” da Rede do Empresário. Fale-nos um pouco mais sobre esta rede e sobre os seus objetivos principais dentro da Rede do Empresário?

Sem dúvida as Business and Science Networks (BSN’s) são hoje o produto de excelência da Rede do Empresário. As Business and Science Networks são redes que pretendem operacionalizar a colaboração entre a indústria, Universidades, Centros de Investigação e o Governo através de projetos conjuntos. Neste momento, temos grupos de trabalho de várias áreas: Sustentabilidade e Responsabilidade Cooperativa; Saúde; Smart Cities; Educação e Formação: Tecnologia e Inteligência Artificial; Cultura e Turismo.
Cada BSN tem um responsável que tem o papel importante de, numa primeira fase, definir os objetivos dessa BSN e, depois, selecionar um conjunto de membros-fundadores, representantes de cada dos setores de atividade. Consideramos que é muito importante, por exemplo, quando falamos de sustentabilidade perceber quais são as dificuldades atuais, as atividades futuras pretendidas, as dinâmicas. Por isso, cada BSN apresenta um conjunto de membros-fundadores de diferentes sectores, que permite que possamos trabalhar conjuntamente para chegar a um objetivo final e global.
Para além disso, cada uma destas BSN tem uma agenda anual com uma série de atividades. Essa agenda anual contempla várias atividades ao longo do ano e permite simultaneamente interação entre todas as partes. No final do ano estão previstas duas atividades finais antes de lançar a nova agenda: um estudo académico e uma revista digital, que reúne todas as práticas das empresas e tudo o que aconteceu ao longo do ano.
Nas atividades das nossas BSN podem participar todos os membros-fundadores, como também todas as empresas que estão na rede. Todos podem participar nos nossos eventos, quer seja como observador, orador, ou dinamizador de um workshop. Para além de promovermos esta abertura, tentamos também misturar as nossas áreas. Todos sabemos que a área da saúde é transversal a todos, sabemos que a área da cultura deveria estar incorporada no mundo corporativo, por isso, procuramos conectar as várias agendas. Por tudo isto, as BSN são sem dúvida o nosso produto de excelência.
Paralelamente, temos também uma área chamada de Living Lab Cities, que tem como objetivo incentivar o desenvolvimento de projetos que envolvam parceiros internacionais, nacionais e locais, de forma a constituírem uma aposta no processo de desenvolvimento das populações e das regiões dos países envolvidos. Ou seja, trabalhamos no sentido de tentar perceber como podemos ajudar os nossos parceiros a trazer os seus projetos para os grandes centros urbanos. Outro objetivo passa por perceber quais as necessidades que os empresários das cidades têm e levar produtos dos grandes centros urbanos para outros centros urbanos e de umas cidades para outras.
O Living Labs Cities agrega também uma série de projetos europeus, como o caso por exemplo do projeto Synclusive, onde tem a participação em Portugal do ISCTE, Câmara Municipal de Lagos, PACT- Parte tecnológico de Évora, IEFP e a Termo Certo-empresas de trabalho temporário. Este projeto propõe a implementação de Living Labs presenciais para partilhar conhecimento, experiências de soft skills que não são adquiridos nos cursos profissionais, nem na universidade, ou pelo menos focar-nos nessa aprendizagem prática.
Para além disso, apostamos também muito na área da formação. Temos já algumas formações previstas para o próximo ano, em parceria com a AICEP. Uma é direcionada para o tema da Saúde Mental e será desenvolvida em parceria com unidades hospitalares e unidades ligadas à saúde. Depois, teremos também uma formação na área da comunicação, área que também é muito importante e que faz muita falta nas empresas. A pensar na importância da comunicação dentro das empresas, a rede tem também um plano de ação e de comunicação que ajuda as empresas a divulgarem-se nas nossas redes sociais e na nossa newsletter.

Fotografia ©Tiago Araújo
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Defendeu que é “urgente promover o diálogo entre a indústria, academia e governo. Dar resposta à dinâmica e aos desafios do crescimento económico, apresentando uma agenda anual de iniciativas, com o propósito de partilhar conhecimento, projetos, estudos, candidaturas conjuntas, onde beneficiarão as diferentes partes dos diferentes setores de atividade”. Que iniciativas inovadoras ou programas se destacam na abordagem da Rede do Empresário no apoio ao ecossistema empresarial?

Apesar de termos estas agendas anuais que são preenchidíssimas, nunca lançamos um produto ou serviço apenas porque uma entidade lançou também. Tentamos sempre procurar qual é a necessidade dos empresários, e averiguar as atividades que podemos realizar para ir ao encontro dessas necessidades.

A Rede do Empresário afirma-se como uma plataforma digital composta por diversas empresas e instituições que oferecem um amplo e diversificado leque de produtos e serviços para atender às mais variadas necessidades. De que forma a Rede do Empresário procura apoiar negócios e empresários em diferentes estágios de desenvolvimento?

Nós apoiamos os empresários com a nossa BSN de Empreendedorismo e StarUps, através da qual estamos a estabelecer uma série de parcerias com entidades nacionais e internacionais, com o objetivo de promover a dinâmica e desenvolvimento dos projetos que nos chegam às mãos num estado ainda muito embrionário. Queremos dar todo esse apoio e tem sido muito interessante, porque crescem daqui muitos projetos nacionais e até internacionais.
Para aqueles que já estão num estado mais maduro temos a Soft Landing, que auxilia na internacionalização. Muitas vezes as empresas desejam internacionalizar-se, mas não sabem como fazê-lo e o Soft Landing pretende dar esse apoio.
Também para os negócios em estado médio de crescimento temos o projeto Get Leads, que permite apoiar os empresários que não têm tempo para angariar novos clientes, ou até mesmo para fazer reuniões.

Fotografia ©Tiago Araújo
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Qual tem sido o papel da Rede do Empresário no apoio à comunidade empresarial portuguesa, sobretudo, neste momento economicamente desafiante como o que hoje vivemos?

Tentamos que percebam que a colaboração é essencial. Muitas vezes se colaborarmos conseguimos diminuir os custos. Temos um consultor estratégico que acompanha praticamente todas as empresas e procuramos também acompanhar todas as candidaturas que os nossos empresários façam, prestando-lhes apoio e ajudando-os a potenciar o desenvolvimento exponencial na sua área de negócio.

Na sua opinião, quais são os principais desafios que os empresários enfrentam atualmente e de que forma a Rede do Empresário aborda esses mesmos desafios e oferece soluções tangíveis aos membros da sua rede?

Estamos a enfrentar uma mudança constante. Atualmente, sabemos que o fator financeiro é essencial para o presente e futuro de qualquer empresa e negócio, daí a nossa colaboração com o Governo, para que pensem nos empresários de forma a poder haver apoios.
Por um lado, temos esta crise económica, que está a afetar muitas empresas e que sabemos que irá acabar por deitar muitas delas abaixo. Por outro lado, acho que Portugal tem uma vantagem única: sempre que estamos numa crise somos muito criativos. Ideias não faltam, negócios não faltam e há sem dúvida em Portugal um reinventar de negócios constante.
Perante esta realidade, a Rede do Empresário tem o importante papel de ouvir os empresários dos diversos setores e perceber de que forma os pode ajudar, no âmbito das candidaturas, do crescimento, na captação de talentos que possam ser úteis para a empresa, na área de formação, de algum produto ou serviço que dinamize mais a área, a comunicação, entre outros. Tudo isto são ferramentas que a Rede do Empresário tenta disponibilizar a todos os empresários para que, dentro das nossas possibilidades, possa haver um crescimento e uma evolução dentro das empresas.

Em resposta aos novos desafios da Liderança feminina a Rede do Empresário lançou este o ano passado o programa WOMAN OPENNING LIVING LABS que aborda questões de liderança que afetam todos os executivos, num fórum que se centrou nos desafios únicos que as mulheres enfrentam. Na sua experiência, quais são os desafios específicos que as mulheres enfrentam ao assumirem papéis de liderança e como acredita que esses desafios podem ser superados?

Acho que as mulheres não têm grandes dificuldades de liderança. Sei que ainda temos apenas cerca de 25% de mulheres na liderança, mas acho que estamos no caminho certo. Contacto com imensas mulheres líderes que se destacam. Acho que podemos colaborar com todos, porque acredito vivamente que só temos sucesso se colaborarmos todos uns com os outros. Dificuldades todos temos no nosso percurso, temos que fazer o nosso caminho, passo a passo, para chegar onde pretendemos.
Neste âmbito da liderança, aproveito a oportunidade para informar que vamos lançar em breve um novo Programa de Liderança dirigido a qualquer líder, que pretende capacitar e desenvolver as suas capacidades de liderança.

Quais são os principais objetivos e valores que norteiam a atividade da Rede do Empresário e de que forma o know-how que foi adquirindo ao longo do seu percurso profissional tem sido fundamental na desafiante missão de liderar esta organização?

Um dos valores é, sem dúvida, a já destacada, autenticidade. Outro valor em que me foco muito é a generosidade. Acho que dentro da Rede do Empresário é fulcral passar a mensagem de que é tão importante um de nós ganhar um prémio ou evoluir na sua carreira, como qualquer outro. Devemos todos estar contentes com essa ação, com esse ganho, e essa generosidade é um dos valores que considero fundamentais.

A Rede do Empresário surgiu com um objetivo bem definido: facilitar a partilha e colaboração entre todas as empresas e estabelecer contactos e negócios com parceiros que podem estar do outro lado do mundo. Decorridos dois anos desde a sua fundação, que balanço faz deste projeto?

Está a funcionar muito bem essa partilha a nível nacional, em colaboração com associações, institutos públicos e privados, ensino. Está a ser excelente, o meu balanço é muito positivo.
A nível internacional, temos trabalhado muito em projetos europeus e com o Brasil. No entanto, percebemos que a cultura organizacional é um problema nesta conexão internacional e creio que devemos desenvolvê-la mais, que as empresas deveriam trabalhá-la mais para que não haja um choque tão grande quando vêm para Portugal e vice-versa. Devia haver um maior facilitismo. Nós estamos conscientes desta dificuldade e estamos comprometidos em encontrar uma solução para diminuir essa diferença na cultura organizacional.

Para o futuro, como a Rede do Empresário pretende evoluir para enfrentar os desafios em constante mudança no mundo dos negócios?

Neste momento, estamos numa fase de crescimento das BSN. Gostamos de caminhar com o que temos e, por isso, não queremos ir muito à frente enquanto o nosso produto não estiver consistente. Neste momento, queremos, acima de tudo, tornar consistentes as BSN. São grupos tão colaborativos e que têm resultados tão bons, em termos de dinâmicas, de ações, de partilha, que o meu grande desafio agora, sinceramente, é tornar os grupos consistentes e promover cada vez mais a colaboração entre eles.

Quais os planos e projetos futuros da Rede do Empresário? Quais as novas iniciativas ou parcerias que os empresários podem esperar?

Isto é um mundo. Todos os dias fazemos parcerias novas, porque todos os dias somos contactados por novas entidades interessadas no trabalho que desenvolvemos. Isso para mim é muito interessante, fico muito contente com os projetos que temos, quer seja a nível nacional, quer seja a nível internacional. Como trabalhamos com empresas de qualquer área e em diversos estágios de desenvolvimento, para nós qualquer parceria é importante.
Apesar de todos os parceiros serem bem-vindos, ultimamente, temos estado a fomentar muito tudo o que são parcerias com municípios e incubadoras.

Quais as principais oportunidades que, enquanto CEO e co-founder da Rede do Empresário, consegue antever para os empresários nos próximos anos?

A evolução da Inteligência Artificial pode ser uma mais-valia para as empresas. Acredito que pode haver uma evolução em termos de conhecimento e de partilha, se as empresas tiverem a capacidade de utilizá-la de forma correta.
A área da Sustentabilidade também continuará a ser fulcral. Apesar de para algumas empresas já não ser novidade, existem ainda muitas outras que necessitam evoluir e desenvolver mais esta vertente dentro do seu negócio.

Para os empresários interessados em juntar-se à Rede do Empresário, como podem fazer parte desta organização e beneficiar das vantagens desta rede de partilha?

Quem quiser juntar-se a nós, pode visitar o nosso site www.rededoempresário.pt, onde encontrará todas as informações sobre o trabalho que desenvolvemos e sobre os benefícios de aderir à nossa rede. Para além de todas as vantagens que lá estão mencionadas, terão certamente muitas mais, porque, como disse, a cada mês há uma parceria nova que acaba por acrescentar sempre valor e benefícios à nossa rede.

A transformação digital é hoje imprescindível para o sucesso dos negócios e quem não acompanhar, facilmente, acabará por ficar para trás. Que iniciativas estão a ser desenvolvidas pela Rede do Empresário com o objetivo de auxiliar a sua comunidade empresarial a implementar esta transformação?

As PME são cada vez mais exigentes e ambicionam integrar os meios digitais disponíveis no mercado, para isso, devem estar preparadas para fazer face aos desafios e obstáculos que vão surgindo no contexto atual. Para acompanhar a digitalização e criar valor nas organizações, é necessária uma mudança da cultura organizacional, que deve refletir-se na estratégia, na política de gestão e no funcionamento, assim como na forma como é implementada. O facto de implementar soluções tecnológicas, a utilização de ferramentas digitais não é suficiente. A Rede do Empresário assume o papel de apoiar nessas soluções, partilha de contatos, acesso a ferramentas, mas cabe à empresa focar-se na mudança da cultura organizacional. No próximo ano teremos a apresentação da BSN (Business Science and Network) da Tecnologia, Inovação e IA, onde iremos convidar um conjunto de empresas representantes dos diferentes setores de atividade para em conjunto com o representante da BSN desenvolverem a agenda anual de atividades que vai permitir ajudar as PME a participarem, partilharem conhecimento e desta forma receberem todo o apoio necessário para acompanhar o movimento da transformação digital. O acompanhamento da transformação digital nas PME traz benefícios como o acesso das empresas de menor dimensão às maiores, o acesso a ferramentas e mercados internacional, canais de distribuição mais eficientes, automatização de processos, informação mais acessível internamente e para toda a cadeia de valor. A nível da gestão, o digital leva as empresas a terem um acesso global dos seus negócios, antecipar cenários e tendências e conhecer mais a fundo os seus clientes.
Atualmente, é crucial que as PME olhem para a digitalização enquanto vantagem competitiva, mas ainda há muito para fazer, com a constante mudança do mercado temos que estar em atualização permanente. Esta atualização dá-se, não só quanto à transformação digital em si, mas também na componente da cibersegurança. A Rede do Empresário em parceria com entidades especialistas na área, vai lançar uma formação de cibersegurança, que através do Living Lab Cities, terá a oportunidade de levar às cidades a formação, assim como também em paralelo apresentar um modelo híbrido. Prevê-se estar presente numa primeira fase em 14 cidades ao longo do país.
É necessário entender que a transformação digital é um processo que nunca acaba. Todos os dias são lançadas novas tecnologias, novos modelos, ferramentas e as PME têm que acompanhar diariamente o processo. É importante adaptar constantemente a estratégia de transformação digital a novas possibilidades, reavaliar os processos da empresa e aperceber-se das expectativas dos clientes. Para as PME é o momento de começar a planear e adotar a tecnologia digital para tornar os seus processos de negócios mais sustentáveis.

Além dos avanços tecnológicos, a Rede do Empresário destaca-se também pelo seu compromisso em promover a inovação, para além da esfera digital. De que forma a rede aborda a inovação nos aspetos organizacional e estratégico, contribuindo para o crescimento sustentável das empresas e negócios que dela fazem parte?

A Rede o Empresário investe muito na presença da Inovação, da sua promoção e partilha de boas práticas, podendo já divulgar que estamos a preparar o lançamento do observatório de inovação que tem como objetivo juntar informação em geral de PME e grandes empresas com um nível de maturidade médio de inovação para transferir conhecimento e boas práticas para as mais pequenas e mesmo para as empresas que vão entrar no mercado.
Toda a informação do observatório de Inovação serve de suporte para conteúdos pertinentes à área de Inovação, Ciência e Tecnologia, bem como indicadores de inovação para fornecer estudos analíticos. Considerando a nossa forte ligação com a academia, o observatório vai incluir um repositório de publicações internacionais, legislação pertinente e o mapeamento de entidades que estejam no ecossistema de Inovação. Para todos os interessados em participar e partilhar informação neste âmbito podem enviar e-mail para geral@reddoempresario.pt
Esta é uma iniciativa relevante para fomentar a colaboração, cooperação e inovação ao tecido empresarial, academia e governo.
Quando pensamos no conceito inovar, temos que pensá-lo com planeamento, senão podemos inviabilizar qualquer sucesso das empresas. Muitas vezes verifica-se a necessidade de saber qual o grau de inovação do negócio, para assim conseguir compreender quais as melhores ações a adotar considerando os objetivos que se pretende alcançar. E, desta forma a Rede do Empresário dá apoio às empresas, por exemplo, numa primeira fase fazemos uma análise do nível de maturidade, uma avaliação da estrutura da empresa, de como podem inovar de acordo com seu potencial. Fazemos um diagnóstico, uma leitura do ecossistema e ambiente corporativo, do conhecimento da estratégia de inovação, de toda a cadeia de valor, dos recursos e das parcerias estabelecidas. Apoiamos na avaliação dos projetos de inovação existentes e no perfil de liderança. A Inovação depende do perfil, da área, das métricas e da segurança do ambiente onde atua, além do nível de maturidade.
Temos a colaborar connosco um conjunto de especialistas e mentores das diferentes áreas e sectores que permitem de acordo com a disponibilidade dar apoio a todas as solicitações das empresas.
Reinventar-se foi uma das palavras que ficou no tecido empresarial após a pandemia, e nessa altura foi necessária muita inovação, independentemente do tamanho da empresa e muitas empresas surgiram como foi o caso da Rede do Empresário. A Rede estimula e ajuda a desenvolver uma cultura de inovação dos diferentes negócios, levando as PME a criarem uma importante vantagem competitiva no mercado. Estamos inseridos num mercado em constante mudança, com novas tecnologias que surgem inesperadamente, visando atender às necessidades dos consumidores e mudando o seu comportamento, por isso é muito importante investir em inovação tecnológica. No entanto, quando o assunto é inovar, precisamos expandir a inovação para todas as áreas de negócio.

A colaboração e a partilha são elementos-chave para o sucesso coletivo. De que forma a Rede do Empresário tem procurado facilitar a criação de sinergias entre empreendedores, promovendo a colaboração e a troca de conhecimentos? Existem casos inspiradores que se destacam pelo impacto positivo desta abordagem mais colaborativa?

Sem dúvida que a colaboração e a partilha são elementos-chave para o sucesso coletivo. Hoje em dia e cada vez mais, devemos focar-nos e olhar para o capital colaborativo — ou para a presença do mesmo nas redes, através de relacionamentos, normas partilhadas, confiança entre entidades e líderes empresariais, na medida em que acreditamos que esta é a melhor forma de conectar e manter as organizações unidas, permitindo um sentimento de pertença neste tipo de relação. A Rede do Empresário fomenta a gestão e partilha de conhecimento, assim como de boas práticas e conexão de novos negócios, a partilha e a colaboração coletiva, fundamentais para o sucesso empresarial. A gestão e partilha do conhecimento é um recurso que permite às organizações resolver problemas e criar valor por meio da melhoria do desempenho. Gerar conhecimento entre os diferentes sectores e diferentes atores é essencial. A Rede do Empresário tem como propósito a colaboração, além de promover o diálogo entre a academia, tecido empresarial e governo. Este ano, também estamos a juntar parceiros para incorporar na BSN(Business Science Network) de Empreendedorismo e Startups de forma a criar a nova e inovadora agenda anual e definir o Summit Internacional, além de lançar um estudo para perceber as necessidades do mercado nos diferentes pontos de atuação e sectores. Esta BSN tem como algum dos objetivos fornecer apoio e unir esforços para encontrar soluções reais a nível nacional e internacional, assim como a utilização de recursos e ferramentas para resolver os grandes desafios que vão surgindo no mercado. Além dos empreendedores terem contato direto com o mercado, também têm acesso e apoio a linhas de financiamento, apoio à empregabilidade, apoio na definição da estratégia e modelo de negócio. A Rede do Empresário dá apoio à internacionalização através do programa softlanding, ferramentas e metodologias, assim como acesso a um plano de ações de divulgação que promove e incentiva a comunicação de novas produtos e serviços. A Rede do Empresário tem sempre presente a inovação, por isso, é pertinente esperar que o grupo desta BSN se reúna e defina que novos programas e ações vão lançar e quais vão ser diferenciadores no mercado. Temos o cuidado de antes de lançar um produto ou serviço, realizar um questionário às nossas PME e perceber quais as necessidades, desafios e novas propostas a desenvolver.
Para além da colaboração, a partilha é feita diariamente entre empresas que necessitam de algum serviço ou apoio específico e outras empresas, que oferecem os seus serviços já estabilizados no mercado. Temos o cuidado de conhecer detalhadamente as empresas e a sua área de atuação assim como as necessidades das novas empresas. Procuramos conhecer oportunidades de negócio, promovemos agendamento de reuniões de trabalho e do fecho de negócios com parceiros e investidores, numerosos empreendedores já beneficiam destas associações, quer sejam empresas nacionais ou internacionais. Também promovemos recomendações entre empresas, originando novas leads, soluções mais competitivas, casos de sucesso, boas práticas, experiência de novas empresas que conheceram a rotina, estratégia e modelo de negócio de empresas já integradas no mercado. Procuramos desenvolver grupos de networking estruturados e diversificados nos diferentes sectores de atividade onde a partilha é crucial para o sucesso de cada negócio.

A Rede do Empresário em parceria com a Quinta do Roseiral, uma vez por ano, convida as PME, novas empresas a estarem presentes num evento de networking aberto, num espaço magnífico, onde é promovida a partilha de experiências, momentos de lazer, apresentação de livros e onde todos os anos é lançado um tema para dialogar em conjunto entre todos os convidados e PME.
Já saíram daqui muitas parcerias, novos negócios e iniciação de novos investimentos e interesse por parte dos nossos investidores em novos negócios.
É fundamental orientar as empresas a agir de forma mais colaborativa com um sistema de conhecimento ativo na sua partilha tendo em conta que as PME são as principais impulsionadoras da economia europeia e da economia portuguesa.

Se pudesse deixar uma mensagem/conselho aos empreendedores que estão agora a começar a trilhar o seu próprio caminho no mundo dos negócios o que diria?

Independentemente do setor, diria para serem autênticos, para não perderem nunca o rumo e o sonho de criarem o que desejam. Diria, principalmente, para não se isolarem, para trabalharem em rede. Por último, aconselhá-los-ia a partilharem as suas ideias, as suas opiniões, porque isso faz com que um empresário cresça e crie valor. Encorajá-los-ia a ter atitude e avançar com o seu projeto, porque é também uma coisa que muito me define, a atitude. E se tiverem que voltar atrás, testar o mercado, não tenham medo, nem vergonha. O caminho é feito de etapas, boas e más, e o que importa é nunca desistir.

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