Destino 2025 de “As Minhas Férias”: MOÇAMBIQUE

O concurso literário “As minhas férias”, que chegou a África na sua terceira edição, a Angola, atravessará o continente de costa a costa, levando os jovens escritores-viajantes, na quarta edição, até Moçambique.
O sucesso da terceira edição dedicada a Angola, semelhante ao das edições anteriores, dedicadas a Portugal e ao Brasil, ficou patente, não apenas na quantidade de trabalhos enviados (200), mas, principalmente, no nítido e crescente aumento da qualidade literária dos textos a concurso. A prova de que este tipo de eventos de criação literária tem uma enorme importância para as crianças e jovens lusofalantes que vivem fora dos respetivos países de origem. E essa importância é múltipla: desenvolvimento do gosto pela leitura e escrita em língua portuguesa, alargamento da mundividência histórica, geográfica e cultural sobre os países de língua oficial portuguesa e, claro, o saciar da sede de curiosidade intelectual que os mais jovens, se bem estimulados, são capazes de demonstrar. Tudo isto com o objetivo último de fomentar a empatia, o respeito e a tolerância por tudo o que é diferente, de modo a minorar este novo retrocesso que parece querer arrastar o nosso tempo de volta à barbárie (jamais esquecida) da discriminação, da desigualdade, do ódio e da guerra.
Foi então envolvidos por esta atmosfera de bienveillance que, no segundo sábado de 2025, na Cidade Universitária de Paris, na Biblioteca da Fundação Gulbenkian e na Casa de Portugal, quarenta jovens escritores e respetivos pais participaram, primeiro, na Oficina de Escrita, e, depois, na cerimónia de entrega de prémios às duas vencedoras – Sofia Vincent e Paloma Ribeiro Sousa – e às seis menções honrosas (Thomas Valseth, Ayrton Guibert, Charlotte Doherty, Manuel Quero, Maria Bardou e Lara Janeco Varandas).
A Oficina de Escrita enquadrou-se nas comemorações dos quinhentos anos do nascimento de Luís de Camões, tendo os participantes ficado com a pesada responsabilidade de, partindo dos três primeiros versos da primeira estrofe de “Os Lusíadas” reescreverem os restantes cinco versos à sua maneira. Uma desconstrução camoniana que levou a armada de Vasco da Gama e respetivos unicórnios até à praia de Copacabana onde comeram a chanfana da tia Susana e jogaram futebol com o Maradona, antes de partirem à conquista dos exoplanetas da Via Láctea. Quem sabe se, graças a estes jovens exploradores de literatura, a língua portuguesa não se poderá vir a tornar a língua oficial de Proxima Centauri b?
Após a Oficina de Escrita e a entrega dos prémios e dos diplomas, os escritores e as famílias tiveram direito a um lanche bem lusitano oferecido pela Casa de Portugal.
É então chegada a hora de partir para leste, passar do Kwanza ao Zambeze e do Atlântico ao Índico, para descobrir Moçambique, esse enorme país de 28 milhões de habitantes e quase 3 mil quilómetros de costa. Esperam-se muitas aventuras em língua portuguesa, com um cheirinho de macua, tsonga ou chuabo, quem sabe alpinismo no Monte Binga ou uma navegação fluvial no Rovuma. O destino das férias moçambicanas fica ao critério dos futuros escritores. Boas férias e vemo-nos no Outono.